APRESENTAÇÃO






GRITO : A Junção da Literatura com a Arte Teatral


RESENHA DA PROFª VERA LÚCIA L. DIAS

  Vinte e um capítulos ou atos. 21 atos que mesmerizam os leitores até  um final surpreendente e inesperado dignos dos melhores thrillers de suspense. Isso porque a personagem Eugênia é uma mulher culta, divertida e sábia e que viu em Fausto um reflexo de seu passado glorioso e trabalhoso no teatro . Ela está sempre procurando ajudá-lo a se aperfeiçoar, mas sente um ciúme doentio por ele que a faz ficar em alerta com as mulheres que aparecem na vida do jovem e despertam uma sensação de desespero. Fausto é um homem forte e sonhador. Tem desejo incessante de alcançar o topo da profissão enxerga na ajuda de Eugênia uma chance de ouro de atingir o patamar da profissão de ator, conseguindo através do seu conhecimento e influência a oportunidade de receber papéis melhores, e assim ganhar destaque e notoriedade numa profissão ainda vista como marginal no Brasil e que obriga esses profissionais a viverem de "bicos" . Sabemos que a profissão de ator profissional é tão complicada como qualquer outra. É preciso passar pela faculdade, além de cursos de teatro e muita leitura. Depois de formado os desafios apenas aumentam: conquistar o DRT e ainda ser aprovado em testes de elenco. Mas Fausto tem a esperança e ilusão de que Eugênia possa conduzí-lo mais rapidamente ao estrelato. 

E é nesse vaivém narrativo, num entra e sai da mente de Eugénia, que o leitor percebe a espiral de loucura em que a protagonista está mergulhada — cada vez mais obcecada por seu ator particular e tudo e todos os que o cercam. Eugênia descreve com ciúme as mulheres com as quais Fausto se envolve, desejando, mais do que o corpo do ator, a sua atenção devotada.

   Foi a paixão do escritor pela arte teatral que o levou a misturar os gêneros em "O Grito".

Numa entrevista à Editora que publicou o livro, a Record, Godofredo declarou : "O teatro é a manifestação cultural mais completa pelos dias que correm. A polifonia informacional é a mais densa".

   Além disso, o escritor catarinense contou  que conheceu o livro "Fausto", de Goethe,  de onde extraiu a inspiração para o nome do seu personagem , no colégio religioso de Blumenau, onde estudou.  . Segundo ele, a ideia de vender a alma ao diabo sempre o fascinou e horrorizou.

   Em um certo ponto do livro ocorre um vaivém narrativo, reproduzindo os delírios da mente de Eugénia, levando o leitor a perceber a espiral de loucura em que a protagonista está mergulhada — cada vez mais obcecada por seu ator particular e tudo e todas as pessoas que o cercam. Eugênia passa a ter um ciúme doentio das mulheres com as quais Fausto se envolve, desejando, mais do que o corpo do ator, a sua atenção devotada. A loucura e a insanidade são os dois contrastes que permeiam a personagem Eugênia que vaga no limiar de estar apaixonada ou não por seu “Fausto” ou se apenas foi afetada pela companhia constante do jovem que arrancou dela a solidão que antes vivia. Ela não percebe que era controlada por alguns problemas psicológicos que já governavam suas tomadas de decisões e essa situação levará o leitor a um desfecho surpreendente.

  Grito é daqueles raros livros que não se consegue deixar de ler até o último capítulo, pois prende a atenção do leitor que fica até impaciente mas ao mesmo tempo encantado pelas diversas referências que o autor faz a outras obras artísticas, especialmente adaptações do mito de Fausto na literatura (Goethe, Paul Valéry, Thomas Mann) e na música (Richard Wagner).

  Para encerrar essa apresentação, nada melhor do que assistirmos um belo booktrailer do livro, acompanhado por uma música de fundo bem famosa do compositor alemão no mundo inteiro : "A Cavalgada das Walkírias".
     E logo a seguir, um depoimento do escritor sobre sua obra.

ATENÇÃO : Clique na figura para rodar o videoclip.



BOA LEITURA E ENTRETENIMENTO A TODOS !

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